Esse é o primeiro post da monitora Elesandra Castro:
Índices de ações medem o desempenho de uma carteira teórica representativa de um determinado mercado e servem como parâmetro para avaliação de ações do mercado em questão, por exemplo o Ibovespa é o índice de desempenho das ações mais negociadas na BMF&Bovespa, é uma representação do desempenho do mercado de ações brasileiro como um todo, já o IEE é um índice de energia elétrica e serve de parâmetro de desempenho de empresas elétricas.
O Valor econômico e a Coppead/UFRJ lançaram ontem dois novos índices de ações para o mercado brasileiro que prometem se ajustar melhor à realidade de pequenos investidores: Valor-Coppead IP20 e Valor-Coppead MV.
O índice Valor-Coppead IP-20, traz duas simplificações: possui apenas 20 ativos e os recursos são divididos igualmente entre os ativos da carteira, em comparação o índice IBRX representa o desempenho das 100 ações mais negociadas na bolsa. Segundo Carlos Heitor Campani, um dos responsáveis pelo desenvolvimento dos índices, o número grande de ações na carteira “por questão de custos, acaba prejudicando a eficiência da carteira para o pequeno investidor”.
Quanto aos pesos das ações, na carteira do índice Ibovespa, por exemplo, variam de acordo com o volume de negócio e o seu valor no mercado, se o preço da ação ou se o volume de negociação do papel aumentar, também aumentará representatividade dessa ação na carteira, até um limite de 20%. Segundo Campani, esse método vai contra a ideia de se obter retorno no mercado, pois a carteira compra mais ações na alta e menos na baixa.
O novo índice ajusta as participações para manter os pesos dos papeis fixos, assim o investidor tende a comprar na baixa e vender na alta. Porém, o preço da ação é uma informação muito limitada, sabemos que o mercado reage de forma intensa, nem sempre racionalmente, às informações disponíveis, a decisão de compra de uma ação orientada apenas pelo preço é, portanto, arriscada. Além disso a arbitrariedade do peso dos papeis podem fazer o investidor perder oportunidades ou aumentar a participação em papeis que estejam se desvalorizando por uma boa razão.
O segundo índice lançado visa servir de parâmetro para investidores bastante avessos ao risco, o Valor-Coppead MV (Mínima Variância) utiliza o conceito de fronteira eficiente de Markowitz para selecionar os papeis de menor risco do mercado, impondo limites de representatividade de 1% a 30%. Para esses cálculos são usados dados históricos das ações, o que não necessariamente refletirá no desempenho futuro do papel, assim o risco que o investidor está aceitando pode se distanciar da realidade.
Os novos índices são simplificações, e servem de parâmetro para investidores que não são muito sofisticados, para decisões mais racionais ainda é necessário que se dedique tempo a conhecer as empresas, os mercados e observar surgimento de possíveis oportunidades.
Mais informações no site do Valor.
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