segunda-feira, 28 de abril de 2014

Exercício - Avaliação de obrigações


Na aula de hoje (28/04), nós estudamos a aplicação de ferramentas de matemática financeira na avaliação de títulos da dívida (obrigações).

Esses dois exercícios são básicos (para a fixação do conhecimento) e deverão ser entregues na nossa próxima aula.

1. Um título tem um cupom de 8% pago semestralmente. O valor de face é $ 1.000 e o vencimento ocorre em 6 anos. Se o título é vendido atualmente por $ 911,37, qual será seu retorno até o vencimento?


2. Você comprou um título de 20 anos com cupom de 7% em sua primeira emissão. Se as taxas de juros subirem para 12%, o que acontece com o valor desse título, por quê?
 

Sites úteis sobre o tema da aula do dia 28/04/2014:
•Anbima: http://portal.anbima.com.br/Pages/home.aspx
•Debêntures: http://www.debentures.com.br/

sábado, 26 de abril de 2014

Lista de artigos que serão apresentados em sala

Conforme combinado na última aula, seguem os links para download dos artigos que vocês apresentarão (alunos de Fundamentos da Análise de Investimentos).

Esses artigos são todos dos eventos da nossa área que ocorreram no ano passado.

Os alunos que ainda estão sem grupo, porque faltaram a aula de ontem, poderão escolher seus artigos na próxima aula.


15. AINFLUÊNCIA DO ÍNDICE BOOK-TO-MARKET E DO ROE NA EXPLICAÇÃO DOS RETORNOS DASAÇÕES BRASILEIRAS

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Desafio 1 (Finanças II, 2014.1) - Revisão sobre o Valor do Dinheiro no Tempo

Na aula de hoje nós vimos uma revisão geral sobre o valor do dinheiro no tempo, a exemplo de: perpetuidades, anuidades, perpetuidade em crescimento etc.

Fonte: varsguide.com

As questões que posto aqui são no mesmo nível de dificuldade das que fizemos em sala (de fácil a médio) e têm objetivo de fazer com que vocês tentem praticar sozinhos.

Podem postar as dúvidas aqui nos comentários que assim que eu verificar o novo comentário responderei. Porém não darei a resposta. Darei apenas dicas. Os alunos devem me entregar as respostas na aula da segunda-feira, dia 28/04/2014.

1) A turma de Ciências Atuariais da UFPB (primeiro período) está planejando sua festa de formatura. Cada aluno precisa ter R$ 2.500,00 ao término de 4 anos. Supondo que a poupança rende 0,6% ao mês, quanto cada um terá para contribuir mensalmente com a festa, considerando que todos pagaram mensalmente, sem atrasos?

2) Considere agora que cada aluno possa fazer aplicações mensais (considere que os custos de transação são irrelevantes nesse caso - na prática temos que considerar) no Tesouro Direto, com um título que gera um retorno de 12,59% ao ano. Quanto cada aluno terá que contribuir mensalmente para ter os mesmos R$ 2.500 da questão anterior, no mesmo período de tempo?











Olho do tigre em alta frequência

 
  Um bom trader sabe que tudo que vemos agora já aconteceu a 1 segundo atrás e não importa o que façamos, isso é o delay do nosso cérebro. Parece pouco, mas muita coisa pode acontecer e muitas oportunidades podem ser perdidas em 1 segundo e, portanto, chegar 1 segundo atrasado pode custar caro no mercado financeiro. Para se conseguir executar uma operação no book de oferta deve-se ter agilidade para pegar o melhor preço e a melhor posição na fila de compra ou venda, 1 segundo faz toda a diferença. 

   Para suprir o delay de nossas mentes, alguns traders criam algoritmos que programam suas operações em milésimos de segundos, as chamadas operações de alta frequência, evitando que a operação seja perdida por má colocação e custos desnecessários de operações. Muitos players estudam e execultam seus setup's de algoritmos ganhando posições em frações de segundos continuamente em diversos mercados. É basicamente criar uma lei de risco para sua carteira e a partir de então programá-la via acionamentos de start's e stop's sucessivos. O filme "Quants - Os alquimistas de Wall Street" explica melhor como a programação é usada no mercado financeiro.


Contudo, apesar de não existir a regulamentação devida para esse tipo de prática, instituições operadora do mercado vem atuando contra esse tipo de prática.

As grandes casas de operações estão criando mecanismos de bloqueio contra os operadores de alta frequência, esse bloqueio varia entre algumas frações de segundos de forma aleatória abrindo espaço para outros tipos de operadores e operações.  

    O Valor Econômico mostra que esse tipo de operação é mais vista e vem sendo mais praticada no mercado de contratos de câmbio visto o alto volume e giro financeiro diário.
   Confira na integra o preço da alta tecnologia nos mercados financeiros aqui.

  

    

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Mais uma resseguradora

    De um barzinho de encontro para comerciantes a principal referência no mercado de seguros e Resseguros, a Lloyd's traz ao Brasil a Hiscox, especializada no mercado de seguro e resseguro sob demanda tornando-se a 10ª empresa no país a operar com esse tipo de serviço.

     A Lloyd's atualmente funciona como administradora dos sindicatos de seguro e resseguros de Londres, mas não perdeu sua tradicionalíssima operação de comercialização sob medida, a exemplo do antigo pregão de bolsa de valores a comercialização e a formatação do contrato de seguro e resseguro são comercializados em pregão viva voz entre os agentes. Nesse sentindo a Lloyd's pretende difundir essa prática também no mercado de países emergentes. O Brasil representa 40% do mercado do continente e esse mercado será um dos objetivos da Lloyd's na tentativa de aumentar a capilaridade desse tipo de negociação.

      Há expectativa de mais 2 outras empresas resseguradoras chegarem no Brasil ainda esse ano, acredito que o fato de empresas resseguradoras colocarem o Brasil no radar prediz o quanto há de capacidade ociosa no mercado e também confirma o sólido crescimento do números de contratos e/ou apólices de seguros de resseguros confrontados com a suave variação da probabilidade de sinistros no de tempo - vide distribuição poisson - o que remete a uma sinistralidade decrescente da carteira, fator de atratividade para esse tipo de empresa.

     A reportagem do valor econômico destaca como a Lloyd's esta se programando para executar essa fomentação e mostra como o mercado de resseguro deve atingir seus objetivos e quais são seus principais driver´s.

 Acesse aqui a reportagem na integra.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Bonificação de ações

Hoje recebi um email do aluno Oscar (ex-Finanças I e agora em Finanças II) questionando o seguinte:
"Professor recebi essa mensagem hoje da folha invest falando assim: Creditamos 50 ações da empresa CIEL3 de sua carteira em função de Bonificação. Queria que o senhor me explicasse o que essa mensagem quis dizer."
Essa mensagem quis dizer que você GANHOU 50 novas ações da Cielo (CIEL3). Você tinha 50 e agora tem 100. 

Como eu sei disso?

Fui verificar no site de Relações com Investidores (RI) da Cielo para saber o que ocasionou essa bonificação e quais foram as "regras". Vocês podem verificar isso no manual dos acionistas, já que tem que ser aprovado pelos acionistas. As regras para divulgação de tais informações podem ser encontradas na Instrução CVM 481/2009.

Lá no manual eles dizem a partir de que dia e qual é a proporção que você receberá de bonificações em determinada data. No caso da Cielo foi 1 nova ação para cada ação que você tinha, com base na posição que você mantém no dia 31/03/2014 (após isso a ação fica ex-bonificação, ou seja, você não terá mais direito a receber a bonificação após esse dia).

Eles devem informar também qual foi o motivo do aumento do capital que gerou essa bonificação: capitalização de reservas. Isso quer dizer que a Cielo tinha algumas reservas (de Capital), convertendo-as em Capital Social, o que implica em maior número de ações. Mas como não houve aporte de capital, as ações são distribuídas entre as pessoas que já tinham ações, proporcionalmente e o valor de mercado da empresa não, teoricamente, por este motivo específico.

Vocês podem ver um pouco mais sobre capitalização de lucros e reservas na Lei 6.404/1976:
Art. 169. O aumento mediante capitalização de lucros ou de reservas importará alteração do valor nominal das ações ou distribuições das ações novas, correspondentes ao aumento, entre acionistas, na proporção do número de ações que possuírem.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

1º Congresso Previdenciário da ASPREVPB

   Nos dias 26, 27 e 28 de Maio a Associação Brasileira de Instituições de Previdências Estaduais e Municipais- ABIPEM realizará mais um seminário de previdência social que cominará com o primeiro congresso previdenciário da Associação Paraíbana dos Regimes Próprios de Previdência Social - ASPREVPB (criada em 2013) aqui em João pessoa - PB. Será uma oportunidade de entender quais são os principais gargalos da previdência pública relativo principalmente aos Regimes Próprios de Previdência Social - RPPS bem como entender como a gestão municipal e/ou estadual observa esse comportamento sob uma ótica financeiro-atuarial. Mais informações acesse o ABIPEM


domingo, 6 de abril de 2014

Assembleias evasivas

Postagem retirada do Contabilidade Financeira:

Há muito os pesquisadores descobriram que uma empresa evidencia muito além do que se encontra nas demonstrações contábeis. As informações podem estar até nas próprias demonstrações, nas suas entrelinhas. Por exemplo, a doutora Fernanda Rodrigues descobriu que os relatórios de administração das empresas brasileiras com problemas costumam tratar da economia, evitando comentar sobre o seu próprio desempenho.

Mas a evidenciação pode também ocorrer na forma como o executivo pronuncia o seu discurso na assembleia anual ou dá uma declaração. Para aqueles que gostam de uma série, num dos primeiros episódios de Lie to Me, Cal Lightman, um especialista em mentiras, vê um executivo dando uma declaração para televisão. Ao perceber que estava mentido, Lightman manda vender suas ações da empresa do executivo. Este tipo de evidenciação, que ocorre “sem querer”, é a evidenciação Ops. As pesquisas sobre a evidenciação Ops geralmente são muito criativas. Elas procuram descobrir sinais de algo de errado está ocorrendo com uma empresa.

Recentemente dois pesquisadores usaram a localização e o horário das assembleias dos acionistas para verificar se isto estaria dizendo alguma coisa sobre o desempenho da empresa. Em geral as empresas costumam fazer suas assembleias próximas a sua sede. Mas existem casos onde o local é muito distante. Li e Yermack, os dois pesquisadores, descobriram que quando a assembleia muda para um local distante da sede, as empresas tendem anunciar resultados ruins. Analisando mais de 10 mil assembleias anuais, entre 2006 a 2010, os resultados encontrados foram significativos.

A pesquisa também se ateve a atitudes que algumas empresas têm em tentar desencorajar a participação. Isto acontece nas mais diferentes empresas – a Wal-Mart, por exemplo, limitou o tempo total para perguntas em 15 minutos das 4 horas na sua assembleia de 2013 – e as estratégias também são diferentes. A pesquisa descobriu que a participação das assembleias cai quando ocorre em horário pouco usual.

Assim, quando sua empresa marcar uma assembleia para um hotel longe da sede e num horário pouco convencional desconfie. É uma evidenciação ops.


Leia mais; LI, Yuanzhi; YERMACK, David. Evasie Shareholder Meetins. NBER, Working Paper 19991, março de 2014

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Subscrição pública com garantia firme de colocação

    A operação para o lançamento de novas ações no mercado primário com o objetivo de aumento de capital por parte da empresa, envolve um risco associado a falta de demanda do mercado pelo papel. Após feitos os procedimentos de análise preliminar (viabilidade econômico-financeiro) avaliando o risco econômico, risco de liquidez e custo de oportunidade e feita a auditoria (processo de due diligence) precavendo-se do risco jurídico relativo a normas contábeis e nível de governança corporativa, a empresa para minimizar o risco de não conseguir vender todos os seus papeis ao mercado (risco da demanda) deve contratar um undrewriter. Esses agentes são bancos de investimentos, DTVM's e CTVM's que se comprometem a subscrever as novas ações e após lançá-las no mercado fazendo com que a empresa lançadora consiga o seu aumento de capital por completo. A esse processo dar-se o nome de underwriting ou subscrição pública.

  Contudo existem 3 tipos de subscrição:

 Underwriting firme: O agente subscreve a totalidade das ações com a obrigação e/ou objetivo de lançá-las no mercado eliminando por completo o risco de demanda e diminuindo o tempo que empresa levaria para vender todos os seus papeis. Aqueles papeis não negociados serão adquiridos pelo subscritor.

Underwritng best-esfforts: O agente subscritor se restringe a colocar o máximo de ações no mercado, nesse caso não há uma garantia que a empresa consiga vender todos os seus papeis o que leva um maior tempo para conclusão do processo.

  Underwriting stand-buy: nesse caso o agente coloca as sobras subscritas das ações não absorvidas no mercado por um determinando período, findo esse tempo o subscritor adquire as ações que não forma negociadas. 

Um exemplo é o processo de fusão da OI com a Protugal Telecom, onde a etapa chave do processo seria o lançamento de novas ações no mercado por um processo de underwriting firme envolvendo 14 bancos tendo como coordenador o BTG Pactual (Banco de Investimentos), contudo o processo foi descaracterizado visto que em uma das cláusulas constava que apenas haveria garantia firme se todas as ações tivessem sido demandas, mas não executadas no book de ofertas, ou seja, só haveria garantia firme se efetivamente houvesse 100% de demanda para as ações, como a garantia firme independe de preço demandado ou volume demandado o processo foi desconsiderado pela CVM.

Para dar andamento ao processo agora os subscritores não agirão mais com garantia firme de subscrição, apenas garantem a liquidação, ou seja, apenas executarão aquelas ações não liquidadas.

Fonte: BOVESBAValor Econômico.


GMC Brasil - Jogo de Empresas

Semestre passado o estímulo para aproximar os alunos de Finanças I da prática foi a participação no simulador da bolsa (Folhainvest), que acabou nos dando bons frutos.

Esse semestre não teremos esse estímulo porque já programei outras atividades. Contudo, as inscrições para o GMC estão abertas e o cronograma deles vai dar certo com a disciplina de Finanças III.

Então já adianto a vocês que quem se inscrever no GMC (inscrições gratuitas até agosto) e entregar e apresentar um relatório sobre a sua participação, ganhará um ponto em uma das provas de Finanças III (na que estiver vigente quando a sua participação no jogo acabar).

Os alunos dos grupos que chegarem à segunda fase ganharão, além desse ponto na prova, mais 0,5 na MÉDIA. Quem conseguir chegar à final nacional ganhará mais 0,5 e quem chegar à final mundial ganha mais 0,5 na MÉDIA. Exemplificando, quem chegar à final mundial ganhará: 1 ponto em uma das provas + 0,5 na média + 0,5 na média + 0,5 na média.

Se algum grupo for o campeão mundial, a média da disciplina será 10,00.

Eu, durante a minha graduação, participei de alguns jogos como esse: Desafio Sebrae e Torneio Gerencial. Do Desafio Sebrae eu fiquei em terceiro lugar aqui na Paraíba (perdi a primeira colocação na última rodada, quando caí para terceiro... na final não tínhamos dados suficientes para usar regressão para prever vendas kkk) e do Torneio Gerencial eu fui à fase final nacional, mas não fiquei em uma boa colocação (nem lembro qual foi). Esses jogos são muito importantes para aplicarmos na prática o conhecimento que vemos em sala de aula. Vale muito à pena. É bom para o currículo e para o bolso, pelos prêmios em dinheiro. Espero que participem!

Segue o email que eu recebi do GMC com mais informações:

Gostaríamos de apresentar a edição 2014 do Global Management Challenge (GMC) Brasil.
Trata-se de uma competição de estratégia e gestão baseada em um simulador (business game). Presente há 33 anos e agora em mais de 35 países, é certificada pela EFMD (European Foundation for Management Development).
Os alunos interessados devem se organizar em equipes de 3 ou 4 integrantes e terão a oportunidade de testar suas habilidades de raciocínio estratégico num contexto empresarial, possibilitando a aproximação de empresas patrocinadoras do evento.
A equipe vencedora nacional recebe R$ 8.000,00 mais todas as despesas pagas para representar o Brasil na Final Internacional, cujo prêmio são 5 mil Euros.
Abaixo você encontrará uma breve descrição, que pode ser utilizada para a divulgação. Também anexo segue um folheto para envio por email ou impressão.
Fique à vontade para entrar em contato conosco, caso necessite de mais alguma informação.

Atenciosamente,

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Global Management Challenge Brasil 2014
Inscrições gratuitas - http://www.globalchallenge.com.br
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Estão abertas as inscrições para a edição 2014 do
Global Management Challenge Brasil. 
O Global Management Challenge (GMC) é uma competição baseada em um simulador de gestão (business game). Existe há 33 anos e está presente em 35 países. É certificado pelo EFMD – European Foundation for Management Development e tem por objetivo desenvolver competências como raciocínio estratégico e visão empresarial entre jovens universitários.
As equipes inscrevem-se gratuitamente. São 03 Rodadas Nacionais e uma Final Internacional. Em 2013 foram 2.596 participantes e 442 equipes participantes, de todo o Brasil.
A equipe assume o papel do board (diretoria) de uma empresa virtual, tendo como meta administrar o Marketing, as Finanças, a Produção e os Recursos Humanos, de forma a superar seus concorrentes. Além de estimular a aquisição de conhecimentos específicos nas áreas citadas, a competição ajuda os participantes a refletir sobre suas competências em Trabalho em Equipe, Tomada de Decisão, Habilidades de Influência e Comunicação, entre outras.
Inscrições gratuitaswww.globalchallenge.com.br/formulario  até Agosto de 2014

Site: www.worldgmc.com/br

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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Equívoco analítico básico do meio de comunicação

    Essa semana vi uma reportagem da Infomoney relatando o impacto da copa do mundo de futebol no Brasil e fiquei assustado com um número informado, não pelo efeito, como sabemos a copa do mundo não deve surtir o efeito  positivo economicamente como visto em outros países a exemplo da África do Sul e outros. Contudo, apesar da expectativa, a informação divulgada pelo site faz lembrar aquele velho procedimento para encontrar uma proporção percentual, dividimos a parte pelo todo e multiplicamos porcentualmente. 

    Segundo a informação a representação será de R$25,2 Bilhões e um PIB de R$4,838 Trilhões o que dá 0,005% do PIB demonstrando o quão insignificante será a copa do mundo.  

     Todavia, se observamos de perto, há um grande equívoco no cálculo. Temos: 25.200.000.000,00/4.838.000.000.000,00 o que dá 0,0052 em torno de 0,5% do PIB, bem mais alto do que a informação fornecida pelo site. Nesse sentido há um grande equívoco por parte da fonte informadora. É preciso ficar atento, apesar da copa do mundo ter uma fraca expectativa quanto ao impulso resposta econômico, não quer dizer que vai ser quase zero. Acredito que o impacto apresentado na informação se demonstrou muito baixo, foi o que me motivou a fazer o cálculo para conferir.

 Segue a reportagem na integra aqui.

Isso me lembra uma postagem feita ano passado no Contabilidade & Métodos Quantitativos, sobre o erro dos renomados economistas Reinhart e Rogoff, quando falaram sobre o crescimento em tempo de crise.

Não importa o quão você seja bom, todo mundo erra. Nós, leitores, temos apenas que ter um pouco de cuidado ao ler.

Plano de ensino e planejamento das disciplinas de 2014.1

Turmas, seguem os planos de ensino e os arquivos com o conteúdo planejado para as disciplinas que ficarão sob a minha responsabilidade durante o semestre 2014.1: Finanças Aplicadas II (Ciências Atuariais: tarde e noite) e Fundamentos da Análise de Investimentos (Ciências Contábeis: noite).

Arquivos de Finanças Aplicadas II: plano de ensino e planejamento das aulas.

Arquivos de Fundamentos da Análise de Investimentos: plano de ensino e planejamento das aulas.


Os horários das aulas são os seguintes, até o momento:




quarta-feira, 2 de abril de 2014

Curso CPA 20 em João Pessoa


Visão geral sobre o evento "Damodaran on valuation" (Parte 1: primeiro dia)

Essa postagem foi feita originalmente no Blog Contabilidade & Métodos Quantitativos.
 
Eu fiz diversas anotações no meu bloco de notas e no material que nos foi entregue no credenciamento. Como sei que demorarei muito tempo para postar tudo detalhadamente, resolvi postar essa "visão geral" sobre o evento.
Os interessados em terem acesso à apostila que nos foi entregue podem baixá-la no site do evento.
Primeiro, eu gostaria de externar com vocês que o evento organizado pela HSM foi um dos melhores que eu já tive o prazer de participar (em termos de organização - do conteúdo eu falo abaixo, que também foi muito bom). A localização foi boa (World Trade Center, em São Paulo), o coffee break foi muito bom, o material entregue foi ótima qualidade, até transfer para o aeroporto e um kit com escova e pasta de dentes nos foi disponibilizado. Esses detalhes mostraram o espírito do evento, com os organizadores se preocupando com os ouvintes (até porque pagamos bem caro por isso).
Nesse ponto, só tenho a reclamar do conforto do auditório. A sala era bem pequena (sem profundidade) e plana, sem nenhuma inclinação e com as cadeiras muito juntas. Isso fez com que a nossa atenção ficasse um pouco prejudicada. No final do último dia eu estava "quebrado". 
Outro ponto que não era extremamente necessário, mas que era desejável: eles poderiam ter organizado um almoço por adesão, assim facilitaria a interação entre os participantes. Todavia, apesar das restrições nos horários que eram bem apertados, acabei conhecendo e trocando cartões com algumas pessoas e reencontrando o Professor Wilson Nakamura (que tem a maior biblioteca pessoal que eu já tivesse o prazer de conhecer).
Professor Wilson Nakamura (Mackenzie), Professor Damodaran (NYU) e eu
PRIMEIRO DIA:
No que tange ao conteúdo, no primeiro dia o Professor Ricardo José de Almeida (sócio da RJA Assessoria e Treinamento, além de ser Professor em diversas IES) fez uma apresentação sobre [Entendendo...] "[...] o que faz o valor da empresa", como se fosse uma introdução ao valuation, de modo a preparar os ouvintes para o que viria no dia seguinte. 
No evento, eu pude perceber muitos participantes de empresas privadas (SLC, Petrobrás...), além de analistas de investimentos. Porém os participantes das empresas é que me chamaram a atenção, pois eram muitos. Como um dos objetivos era mostrar a influência dos "fundamentos" das empresas em seu "valor", acredito que isso tenha motivado as empresas a enviarem seus colaboradores ao evento. Talvez possamos esperar que essas estejam direcionando a sua gestão, de fato, para a criação de valor. Esse deveria ser o foco.
O que achei muito legal na apresentação do Professor Ricardo é que ele apresentava algum ponto e sempre relacionava com o que veríamos sobre esse ponto na apresentação do dia seguinte com o Professor Damodaran, além de deixar claro como ele tratava algumas especificidades aqui no Brasil.

Abaixo apresento alguns pontos que acho importante compartilhar com vocês:
Perpetuidade, e a estimativa da taxa e do período de crescimento ("g"): em diversos relatórios de analistas ou mesmo em alguns livros, eu sempre vejo que os elaboradores do relatório fazem as projeções dos fluxos de caixa por 5, 10 ou 20 anos (regra de bolso reconhecida pelos dois palestrantes do evento) e a partir daí supõem a perpetuidade a um g constante. Eu sempre fico preocupado com isso. Essa parte da apresentação foi importante inclusive para alertar aos usuários desses relatórios. 
Não podemos simplesmente supor a perpetuidade. Imaginemos, por exemplo, que eu suponha que a empresa cresça perpetuamente à taxa de 2% ao ano (por simplificação vou considerar apenas a perpetuidade, sem períodos de crescimento variável). Supondo que o custo de oportunidade do capital investido seja de 10% e o fluxo de caixa esperado para o próximo período seja de $ 100, o valor em perpetuidade seria, pelo Modelo de Gordon: $ 100/(10% - 2%) = $ 1.250.
Agora imaginemos que a taxa de crescimento, de fato, na perpetuidade, seja de 1%. Assim, o valor da empresa em perpetuidade seria: $ 100/(10%-1%) = $ 1.111,11.
Ou seja, poderíamos pagar $ 138,89 a mais, o que equivale a 12,50% do "valor fundamental" "correto". Concluindo: o valor estimado com um g "irreal" (simplificado) afasta o nosso valuation do valor "de fato", fazendo com que ele não tenha fundamento.
É preciso termos cuidado com a estimação do g (meu objetivo é postar, um dia, algo específico sobre essa estimação).
Então quando vemos as pessoas chegando a valores diferentes em um valuation de uma mesma empresa, pode ser que as expectativas dos g ou de outros inputs da avaliação que estejam divergentes, já que o modelo e avaliação basicamente é o mesmo: fluxo de caixa descontado.

Como somos usuários da informação, precisamos ir em busca do que gerou esses inputs. Lembrem-se de que as pessoas são movidas por seus incentivos... para quem será que aquele valuation foi feito: para o comprador ou para o vendedor? Isso foi enfatizado diversas vezes, tanto pelo Professor Ricardo quanto pelo Professor Damodaran, pois toda avaliação tem algum viés.
Estimativa do custo de oportunidade do investidor (considerando o risco do investimento): sobre a estimação do custo de oportunidade como taxa de desconto (r) usada para descontar os fluxos de caixa, muito foi falado sobre os problemas com o mercado brasileiro de capitais e, consequentemente, com os betas (β) estimados para as nossas empresas por meio da análise de regressão.
Uma sugestão para dirimir esse problema é a que está em diversos livros de valuation (inclusive os de Damodaran): utilizar os β de empresas estadounidenses, desalavancar pela estrutura de capital de lá e alavancar pela estrutura de capital daqui. Contudo, temos que ter o cuidado de escolher empresas "equivalentes", com mesmas características como crescimento, volatilidade dos fluxos de caixa, inflação específica etc.

Na plateia, quando foi citado sobre os problemas com β, um colaborador da Petrobrás que estava na minha frente questionou sobre a utilização do modelo APT, no lugar do CAPM padrão. O Professor Ricardo afirmou que desconhece analistas que usem o APT. 


Além disso, conforme podemos observar no livro de Elton, Gruber, Brown e Goetzmann, o APT tende ao CAPM padrão - como se os "betas" do APT fossem o "beta" do CAPM desmembrado (veja a demonstração detalhada no final do capítulo sobre APT):
O processo gerador de um APT é dado por:

Como λi é o “prêmio” de uma carteira, supondo a validade do CAPM, podemos reescrevê-lo:
Substituindo e assumindo βi =

Temos que:

 Outro participante questionou sobre a utilização do modelo de Fama e French (veja um pouquinho sobre isso aqui, aqui e aqui no Blog - o segundo link é bem interessante, pois mostra a distância entre "pesquisa" e "prática"). Sobre isso, o Professor falou que quanto mais "prêmios" incluirmos para calcular o r mais conservadores poderemos, chegando a um valor muito diferente do que poderia ser. Até porque, provavelmente, quando fazemos as projeções dos fluxos de caixa nós já consideramos diversos prêmios - como o tamanho da empresa, por exemplo. Nesse caso, incluiríamos o fator tamanho no fluxo de caixa e no r. O que não parece ser correto.

Então, segundo a preferência dele, é melhor ser conservador no fluxo de caixa, do que na taxa de desconto (Damodaran também pensa assim). Parece ser mais simples.

Mais dois pontos específicos: Para finalizar, cito dois pontos bem específicos que me chamaram bastante a atenção. O primeiro era uma coisa que eu já pensava (por ter o viés Damodaraniano), então gostaria de enfatizar com vocês a frase do Professor Ricardo:

Não se faz valuation sem olhar para os múltiplos do mercado. Os múltiplos vão me dar uma ideia sobre o meu valuation: se o mercado não paga por isso que eu estimei, devo estar muito errado.
É claro que para isso temos que supor que o mercado é parcialmente eficiente. Que ele erra, mas que com o tempo se ajusta. Por isso não basta eu usar apenas os múltiplos, eles nos darão apenas uma ideia do quão podemos estar "errados" ou "corretos".

Aproveito então essa deixa para justificar o porquê de tantas "": o valuation é uma opinião baseada em diversas premissas que eu assumi. Por isso não há certo ou errado.  O Professor Damodaran até citou que ele tinha muita dificuldade com os alunos de engenharia e matemática, porque eles querem que tudo seja exato. Quando entregam o exercício que ele passa, para avaliarem uma empresa, eles sempre ficam esperando a resposta correta. Quando o Professor diz que não há uma resposta correta, boa parte deles desiste da disciplina (talvez tenha sido só um exemplo para ser engraçado, mas a ideia fez sentido).

Por fim dessa primeira parte, de fato, o Professor Ricardo disse (também sobre a questão do "certo" ou "errado" em valuation):

Quer certeza? Vá na contabilidade que trabalha com o passado e tem notas fiscais para comprovar.
Bem, sobre isso eu só quero dizer o seguinte: eu acabei de fazer uma apresentação para a disciplina de Teoria Positiva (com o meu orientado, Professor Edilson Paulo), sobre reconhecimento contábil e accruals, focando no artigo de Dechow e Dichev (2002) sobre qualidade dos accruals. Aguardem uma postagem!

Em breve postarei a segunda parte, sobre o segundo dia que foi com o Professor Damodaran.