sábado, 30 de novembro de 2013

Entenda o comportamento do mercado com a alta da SELIC


      Na última quarta-feira (27/11/2013) o BACEN divulgou por decisão unânime o aumento de 0,5% da taxa SELIC como forma de conter a inflação conforme já esperado pelo mercado.

       Essa medida mexe de forma significativa com o comportamento do mercado visto que a previsão é uma última modificação na taxa básica para estabilização de preços podendo ficar em 10,25% a.a, para saber como o mercado vai reagir nos períodos posteriores vamos observar como deve se coportar o setor imobiliário frente a papeis de rendas fixa, ou seja, o que há de ganho nesses dois mercados:

Setor Imobiliário:

      Com a alta da SELIC e grande possibilidade da estabilização da taxa, o setor deve também estabilizar os preços, pois considerando a estabilização da SELIC teremos por seguinte uma desaceleração do IGPM o que favorece o setor, assim o fluxo de caixa para tomada investimento para o setor poderá tender uma figura mais posicionada dentro da curva.

Produtos de Renda FIXA - atrelados aos DI's

     Como sabe-se os certificados DI's tendem sempre a acompanhar a taxa básica de juros, essa medida favorece a rentabilidade de produto como os fundos atrelados ao DI se consideramos a estabilização da SELIC a partir de então teremos boas rentabilidades para estes produtos.

    O possível ganho para esses mercados vai de uma análise de fluxo de caixa entre o crescimento dos preços no setor imobiliário vis a vis a estabilização da taxa básica de juros com o retorno de aplicações dos produtos atrelados ao DI's para aquele que almeja adquirir um imóvel (comprador de um imóvel), para o construtor observar através desse mesmo fluxo o que esses produtos devem absorver da oferta de imóveis com a rentabilidade que trarão. Um exemplo seria uma compra de uma LCI - Letra de Crédito Imobiliário que rende uma porcentagem do CDI, onde o valor aplicado na  LCI financia o setor imobiliário e parte do ganho desse financiamento é devolvido em forma de rentabilidade para o aplicador do título como proporção do CDI. 

      Assim neste cenário ( estabilização da SELIC em torno de 10,25% a.a) teremos alta nos retornos destes produtos e a expectativas da estabilização do setor imobiliário, ou seja, os fluxos de caixas poderão ter saldo positivo e saudável.  

       
Para o cálculo em ambos o casos temos que observar o valor do imóvel em um dado período no tempo e trazer a valor presente e levar a valor futuro a sua aplicação no produto atrelado ao DI.

Imobiliárias Avaçam

Pronto para entender mais detalhadamente o comportamento das curvas de juros?

INTRODUÇÃO

Taxas de juros são representadas em percentuais para representar o custo do dinheiro emprestado ou investido ao longo de um período de tempo.

As taxas de juros são pilares fundamentais das economias e das finanças das pessoas, dos governos e empresas, justamente porque representam o custo do dinheiro.

As taxas de juros são definidas “livremente” pelo mercado, sendo influenciadas por múltiplos fatores como a política monetária, o risco e a inflação, por exemplo.


A política monetária é frequentemente o fator mais significativo, especialmente em economias emergentes. O risco e a inflação também são críticos e podem variar significativamente dependendo do contexto. Outros fatores incluem a saúde econômica geral, taxas de câmbio e outros elementos macroeconômicos.

Taxas de curto prazo geralmente implicam em menor risco e maior liquidez, portanto, tendem a ter taxas de juros mais baixas. Em contrapartida, investimentos ou empréstimos de longo prazo são vistos como mais arriscados e menos líquidos, levando a taxas de juros mais altas.


TAXAS DE JUROS DE CURTO VC TAXAS DE JUROS DE LONGO PRAZO

A diferença entre taxas de juros de curto e longo prazo pode ser explicada por vários fatores:

       Risco de Prazo

     Investidores e credores geralmente exigem um prêmio de risco para manter um investimento por um período mais longo. Quanto maior o período, mais incertezas estão associadas ao investimento, como flutuações nas taxas de juros, risco de crédito e variações econômicas.

       Liquidez

       Títulos de curto prazo são geralmente mais líquidos que os de longo prazo, tornando-os mais atraentes para os investidores. Essa maior liquidez muitas vezes resulta em taxas de juros mais baixas.

       Política Monetária

       As taxas de curto prazo são mais diretamente influenciadas pela política monetária dos bancos centrais. Quando um banco central deseja estimular a economia, ele geralmente começa por reduzir as taxas de juros de curto prazo.

       Expectativas Futuras

       As taxas de longo prazo também são influenciadas pelas expectativas sobre o que acontecerá no futuro, incluindo expectativas de inflação, crescimento econômico e ações futuras dos bancos centrais. Se a expectativa é de um aumento na inflação ou de um ambiente econômico mais arriscado, as taxas de longo prazo serão ajustadas para cima.

       Estrutura a Termo

       Em economias estáveis, a estrutura a termo das taxas de juros é geralmente ascendente, significando que as taxas de juros de longo prazo são mais altas do que as de curto prazo. Isso é conhecido como uma curva de rendimento "normal".

CONHECENDO A CURVA DE JUROS

O gráfico exemplifica uma curva de mercado típica, mostrando como as taxas de juros variam com diferentes prazos até o vencimento.

       Eixo X: Tempo até o Vencimento (em anos)

       Eixo Y: Taxa de Juros (em porcentagem)


CONSTRUINDO E ANALISANDO A CURVA DE JUROS

       Coletade Dados

       Reúna dados sobre títulos com diferentes prazos até o vencimento e suas respectivas taxas de juros.

       Seleção de Instrumentos

       Escolha uma gama de instrumentos financeiros que representem bem as taxas de juros de curto a longo prazo (ex: CDI, LFT, LTN, NTN-B).

       Ordenação dos Dados

       Organize os dados em ordem crescente de tempo até o vencimento.

       Plotagem do Gráfico

       Utilize um software gráfico para plotar as taxas de juros (eixo Y) versus o tempo até o vencimento (eixo X).



Com a curva de juros construída, podemos analisa-la:

  1. Forma da Curva: A curva é ascendente, indicando que as taxas de juros aumentam com o tempo até o vencimento. Isso é típico em economias estáveis.
  2. Pontos de Inflexão: Não há pontos de inflexão visíveis, sugerindo uma expectativa de mercado relativamente estável.
  3. Comparação Temporal: Em um contexto real, você compararia essa curva com curvas anteriores para entender as mudanças nas condições de mercado.
  4. Análise de Fatores: A forma ascendente da curva sugere expectativas de inflação moderada e condições econômicas estáveis.

Este exemplo prático deve fornecer uma estrutura clara para construir e analisar uma curva de mercado, tornando o conceito mais acessível para você. Se tiver mais perguntas ou precisar de esclarecimentos adicionais, fique à vontade para comentar aqui no texto.

Porém essa é uma curva de juros padrão, típica, a mais simples. E se ela inverter?


Uma curva invertida, como essa, indica algumas coisas:

  1. Sinal de Recessão: Uma curva de juros invertida é frequentemente vista como um sinal antecedente de recessão econômica.
  2. Expectativas de Taxas de Juros Futuras: A inversão da curva pode indicar que o mercado espera que as taxas de juros caiam no futuro, o que é típico em cenários de desaceleração econômica.
  3. Incerteza e Risco: Investidores podem estar fugindo para ativos de longo prazo, considerados mais seguros, elevando as taxas de juros de curto prazo.
  4. Política Monetária: Pode sinalizar expectativas de uma política monetária mais restritiva ou menos eficaz no futuro.

O entendimento da curva de mercado invertida é crucial, pois ela pode ser um indicador poderoso de futuras condições econômicas. Este exemplo ilustra o que uma curva invertida pode representar e por que ela é um tópico importante em finanças e economia.

RISCO, LIQUIDEZ E TAXA DE JUROS

Risco se refere à incerteza associada ao retorno de um investimento. É comumente quantificado como volatilidade ou desvio padrão dos retornos esperados.

Liquidez se refere à facilidade com que um ativo pode ser convertido em dinheiro sem afetar significativamente seu preço de mercado.

  1. Influência na Taxa de Juros
    1. Risco: Ativos mais arriscados geralmente exigem taxas de juros mais elevadas como compensação pela incerteza.
    2. Liquidez: Ativos mais líquidos tendem a ter taxas de juros mais baixas devido à facilidade de conversão em dinheiro.

  2. Risco e Liquidez na Curva de Mercado
    1. Ativos de curto prazo são geralmente menos arriscados e mais líquidos, levando a taxas de juros mais baixas.
    2. Ativos de longo prazo são mais arriscados e menos líquidos, resultando em taxas de juros mais elevadas.

    ESTRUTURA A TERMO DAS TAXAS DE JUROS

    Ambos os termos, “Estrutura a Termo das Taxas de Juros” e “Curva de Juros”, são frequentemente usados de forma intercambiável, mas eles têm nuances ligeiramente diferentes:

    Estrutura a Termo das Taxas de Juros:

           Conceito mais Amplo: Refere-se ao relacionamento entre o tempo e as taxas de juros para diferentes maturidades de um título de dívida.

           Aspectos teóricos: A estrutura a termo pode ser descrita por modelos teóricos que tentam explicar as razões subjacentes às taxas de juros observadas, como expectativas de inflação, preferências de liquidez e risco de crédito.

    Curva de Juros:

           Representação Gráfica: É a representação gráfica da estrutura a termo das taxas de juros.

           Visualização: A curva de juros é uma ferramenta para visualizar como as taxas de juros variam com diferentes prazos até o vencimento.

    Ambos os termos são cruciais para entender o ambiente de taxa de juros em uma economia e são utilizados extensivamente em finanças para avaliação de títulos, gerenciamento de risco, e análise econômica.


    INTERPOLAÇÃO

    A interpolação é uma ferramenta estatística que serve para preencher as lacunas em um conjunto de dados. Esta é uma prática comum, especialmente em mercados financeiros, mas por que precisamos interpolar os dados para se chegar à ETTJ ou à curva de juros?

    1. Falta de Dados em Pontos Específicos

    Nem sempre temos dados disponíveis para todas as maturidades que nos interessam, especialmente em mercados menos líquidos.

    1. Estimar Taxas de Juros para Maturidades Não Observadas

    A interpolação nos permite estimar taxas de juros em prazos que não estão diretamente disponíveis no mercado, fornecendo uma visão mais completa da estrutura a termo.


    Existem algumas formas de se realizar interpolações, como a linear e a polinomial.

    A polinomial usa um polinômio de grau n-1, em que n é o número de pontos conhecidos, oferecendo mais flexibilidade do que a interpolação linear.

    Porém essa flexibilidade tem um custo: a interpolação polinomial pode ser mais propensa a oscilações, especialmente se o grau do polinômio for muito alto.

    Esse método é usado para modelar curvas mais complexas em finanças, como a curva de juros.

    Exemplo: Taxa interpolada para uma maturidade de 4 anos é aproximadamente 2,67%

    No caso de uma interpolação linear, por exemplo, se temos dois pontos conhecidos da “curva de juros”, de 1 ano e de 3 anos, a 2% e 3%, precisamos saber de 2 anos por interpolação. Dessa forma, fazemos a seguinte conta: 2% + [(3%-2%)/(3-1)]*(2-1) = 2% + 0,5% = 2,5%

    MÉTODOS ALTERNATIVOS DE INTERPOLAÇÃO

    Enquanto a interpolação linear e polinomial são métodos mais simples, as técnicas de Spline e Nelson-Siegel são abordagens mais avançadas que oferecem uma melhor adaptação à forma complexa da curva de juros.

           Spline Cúbico é um método que utiliza polinômios de terceiro grau para oferecer uma curva mais suave. É uma técnica comumente usada quando se quer evitar oscilações que podem ocorrer com polinômios de grau elevado.

           Insira os pontos de dados em uma planilha ou software.

           Utilize uma função ou ferramenta de cubic spline para calcular os coeficientes dos polinômios cúbicos.

           Use os polinômios cúbicos para estimar as taxas de juros para as maturidades desejadas.

           Modelo Nelson-Siegel é um modelo paramétrico que é altamente flexível e pode capturar várias formas da curva de juros. Este modelo é amplamente utilizado em cenários profissionais e acadêmicos.

           O modelo de Svensson também é bastante complexo e requer o uso de softwares para estimar os seus parâmetros com a seguinte equação:

    Apesar de suas vantagens, esses métodos são mais complexos de implementar e exigem um entendimento mais profundo da teoria e das técnicas estatísticas envolvidas.

    Erros e limitações na interpolação:

           Overfitting

           Underfitting

           Limitações em representar a realidade econômica.


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